Desde que mudei pra Curitiba passei a caminhar com certa freqüência na Serra do Mar, sempre ia pra uma montanha ou outra de ataque, o que melhorou bastante minha resistência. Porém, em 2011 não acampei nenhuma vez na serra, ou seja: ganhei resistência, mas perdi lua cheia e uma das coisas mais bonitas que se pode ver da montanha, o nascer do sol por entre as nuvens. Ganhei no tempo, mas perdi as estrelas, isso me fez muita falta, mas sem dúvida me fez um pouco mais forte, a ponto de ter planejado atacar o Ciririca pra encerrar a temporada.
E foi com esse objetivo que saí de casa no sábado que passou, os sites de previsão de tempo nos deram a previsão errada de sol. Choveu forte pela manhã na Serra. Ainda assim, seguimos a trilha. A medida que começamos a subir a chuva começou a aumentar, caminhávamos dois passos e voltávamos dez, sem contar no bambuzal maldito! Em trechos específicos precisamos rastejar pra passar, depois a trilha começou a ficar ainda mais lisa, foram muitas quedas, sem contar na vazão dos rios que aumentava,o que indicava mais chuva na cabeceira.
Mesmo com o tempo assim prosseguimos, tínhamos esperanças de melhora de tempo, ou de fazer cume com chuva. Mas, a montanha não estava pra nós, Luis sentia o ciático, Miguel o Joelho. Eu não pensava em desistir, queria cume ao mesmo tempo que tinha dúvidas, pois havíamos entrado uma vez em um caminho de perdidos.
Não demorou eu tive a primeira queda feia, escorreguei nos bambus do chão caindo e cortando profundamente meu dedo em um bambu que parecia navalha. Ignorei o machucado e continuei subindo. A trilha só ficava mais escorregadia e fechada, foi quando Luis falou que a decisão correta seria abortar, que descer a rampa final do ciririca naquelas condições não seria fácil.
Não demorou eu tive a primeira queda feia, escorreguei nos bambus do chão caindo e cortando profundamente meu dedo em um bambu que parecia navalha. Ignorei o machucado e continuei subindo. A trilha só ficava mais escorregadia e fechada, foi quando Luis falou que a decisão correta seria abortar, que descer a rampa final do ciririca naquelas condições não seria fácil.
Meu coração queria cume, mas minha razão dizia que não! Não queria desistir, mas sabia que era a decisão correta. Eu tinha condições físicas de continuar, mas por algum motivo meu psicológico me colocou em dúvidas, eu senti medo, concordei com Luis. Voltamos, foi frustrante.
Na volta, muitas quedas na lama. Em um mesmo momento fui eu e Luis pro chão, nessa queda eu usei toda a força da minha mão esquerda pra segurar o corpo, tamanha força que estourou pequenas veias nos dedos, deixando-os roxos, o hematoma da bunda e coxa foi bem maior, nessa hora eu quase chorei, não sei se de dor ou, de raiva de ter desistido. Completando o quadro, chegamos na fazenda da bolinha com sol. Em casa, não animei pra nada, cheguei dormi e depois dormi de novo, depressão pós montanha. A primeira vez que não consegui cume.
...
Bambuzal
De cima de uma cachoeira era possível avistar árvores arrancadas por cabeça d'água.
bambu navalha, nova espécie, hehe.
Eliza, se cuida e melhoras para o seu dedo.
ResponderExcluirBeijo!